Maria Helena Andrés – Biografia da Artista Plástica Brasileira
Maria Helena Coelho Andrés Ribeiro (nascida em 1922, em Belo Horizonte, Minas Gerais) é uma artista plástica brasileira, conhecida por sua atuação como pintora, desenhista, ilustradora, escritora e professora de artes visuais.
Seu trabalho é referência na história da arte moderna no Brasil, com forte presença nos movimentos concretista e abstracionista lírico.
Formação e Início da Carreira Artística
Maria Helena Andrés iniciou seus estudos em pintura com Carlos Chambelland no Rio de Janeiro, entre 1940 e 1944. Posteriormente, integrou a Escola do Parque (futura Escola Guignard), em Belo Horizonte, onde foi aluna de dois importantes nomes das artes no Brasil: Alberto da Veiga Guignard e Edith Behring (1944–1947). Durante sua formação, participou de diversas edições do Salão Nacional de Belas Artes (SNBA) e do Salão Nacional de Arte Moderna (SNAM). A partir de 1950, lecionou pintura e desenho na Escola de Belas Artes de Belo Horizonte, onde também fez parte da direção por alguns anos.
Reconhecimento Internacional e Estudos no Exterior Em 1961, Maria Helena Andrés estudou na prestigiada Arts Students League of New York, onde teve aulas com o pintor Theodorus Stamos, ligado ao expressionismo abstrato. Esta experiência marcou uma virada significativa em sua produção artística, que passou a explorar o abstracionismo informal e a pintura gestual.
Contribuições à Arte Brasileira
Maria Helena Andrés é considerada precursora do concretismo em Minas Gerais, com obras que dialogam com a estética de Piet Mondrian, como “Movimento de Cores” (1955) e “Fantasia de Ritmos” (1958), hoje pertencente à coleção Adolpho Leirner no Museum of Fine Arts de Houston (EUA). Nos anos 1960, sua produção incorporou temas como a guerra, a corrida espacial e o avanço tecnológico, utilizando colagens com recortes de jornais e revistas, como em “Radioactive Ship” (1964).
Pesquisa sobre Cultura Oriental
A partir da década de 1970, Maria Helena Andrés realizou viagens de pesquisa ao Oriente, visitando países como Índia, Nepal, Tibete, Tailândia e Japão. Lecionou na Escola de Arte Kalakshetra e na Sociedade Teosófica de Madras, na Índia. Essas vivências deram origem ao livro “Oriente-Ocidente: Integração de Culturas” (1984), em que estabelece um paralelo entre a cultura indiana e a brasileira.
Produção Literária e Pensamento Estético
Além de artista visual, Maria Helena Andrés é autora de importantes obras teóricas sobre arte e criatividade: “Vivência e Arte” (1965) – reflexão sobre o processo criativo e o ensino da arte. “Caminhos da Arte” (1977) – análises sobre arte moderna e pintura abstrata. “Maria Helena Andrés: Depoimentos” (1998) – relatos sobre sua trajetória pessoal e artística. Sua filosofia artística é influenciada por pensadores como Jacques Maritain e Wassily Kandinsky, defendendo a espiritualidade como base do ato criador.
Estilo e Temas Artísticos
Ao longo das décadas, Maria Helena Andrés desenvolveu uma linguagem artística própria, marcada por: Transparência e lirismo nas fases iniciais; Geometria e ritmo visual na fase concretista; Expressão gestual e fluidez no abstracionismo lírico; Temas espirituais e símbolos universais, como barcos, mandalas e formas circulares, especialmente em suas obras mais recentes.
Exposições e Reconhecimento
A artista participou de diversas Bienais Internacionais de São Paulo (1951, 1953, 1955, 1959, 1961, 1963, 1967, 1973, 1989 e 1994) e expôs em cidades como Nova York, Paris, Roma, Santiago, Washington, Madri, Munique e Seattle. Suas obras integram importantes acervos públicos e privados, incluindo: Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP) Museu Nacional de Belas Artes (MNBA) Museu de Arte da Pampulha (MAP) Museum of Fine Arts – Houston (EUA) New Mexico Museum of Art – Santa Fé (EUA) Seattle Art Museum (EUA) Casa do Brasil – Paris (França) Museu de Arte Contemporânea da USP (MAC/USP).
Legado Maria Helena Andrés é um dos nomes centrais da arte moderna brasileira, com uma trajetória que atravessa o lirismo figurativo, a abstração concreta, a espiritualidade oriental e o ensino artístico. Sua influência permanece viva tanto na produção artística contemporânea quanto nas reflexões sobre arte e cultura no Brasil.
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