A carreira e as obras do poeta das telas Milton Dacosta

segunda-feira, 30 de agosto de 2021 21:34:38 America/Sao_Paulo

Milton Dacosta – Auto-Retrato

Milton Dacosta – Auto-Retrato

Natural de Niterói, Milton Dacosta nasceu em 1915 e foi um artista plástico multifacetário que se difundiu principalmente nas técnicas da pintura, gravura e ilustração. Logo aos 14 anos teve seus primeiros aprendizados artísticos quando estudou pintura e ilustração com o professor alemão August Hantv. Começou a carreiraa com pinturas figurativas, caminho comum mesmo entre os artistas que se difundiram com obras abstratas, como Milton Dacosta.

Aos 21 anos Dacosta já faria sua primeira exposição individual no Rio e nos anos seguintes, com uma carreira mais difundida e renomada, recebeu um prêmio de viagem ao exterior do Salão Nacional de Belas Artes e foi a Nova Iorque, capital onde muitos outros artistas brasileiros aprenderam e valorizaram seus conhecimentos artísticos. Lá, estudou na Arts Students League of New York.

Após a estadia nos Estados Unidos, vai para a Europa e se muda para Paris, onde mora por alguns anos. Através da amizade com Cícero Dias, conhece Pablo Picasso. Após alguns anos volta para o Brasil e vai a São Paulo para viver um casamento com a também artista Maria Leotina.

Milton Dacosta - A Piscina

Milton Dacosta - A Piscina

O Construtivismo Lírico de Milton Dacosta

Muitos críticos consideram Dacosta como um construtivista lírico, ou seja, um artista que traz em suas abstrações uma ideia poética, com a sobriedade e elegância das formas e das cores que nela estão. Milton considera que a cor que coloca em suas obras são elementos que saem de dentro de si e não dos materiais ou da tinta que são impressas nas telas.

Assim como o ar lírico de suas obras vem das formas e das cores de suas obras, o sentimento de afeto e ternura misturados com um pouco de mistério estão presentes em suas obras e são levados a quem as admira com a inserção de linhas que dão base e são sustentação aos elementos nela presentes, dando um sentimento íntimo e intrigante.

Milton Dacosta - Em Azul

Milton Dacosta - Em Azul

O reconhecimento da carreira

Na metade de sua carreira, os críticos já o consideravam como “Mestre da Arte Moderna brasileira”. Seu auge vem na mesma época, mais ou menos aos seus 35 anos de idade quando já produzia obras essencialmente construtivistas com as características apresentadas nos parágrafos anteriores.

Milton Dacosta - Em Branco

Milton Dacosta - Em Branco

Mesmo que hoje suas principais obras sejam consideradas abstratas, a figuração esteve novamente em sua carreira na época de seu ápice. Muitos chegam a considerar que a figuração foi responsável por tornar suas abstrações mais conhecidas perante o grande publico, já que elas aparecem na mesma época. Real ou não, fato é que tais figurações voltaram ao repertório de Dacosta após sua estadia na Europa com sua esposa. Após a sua volta, Milton trouxe às suas próximas exposições uma serie de naturezas-mortas.

Milton Dacosta - Ouro Preto

Milton Dacosta - Ouro Preto

O mistério, a intimidade a poesia e o fator lírico das obras de Dacosta talvez tenham sido sua maior contribuição para a história da arte. Milton Dacosta faleceu em 1988 e suas obras permanecem nas melhores galerias de arte do país.